

Conga
"Tambor" usado em par ou trio, sustentado em suportes para que o instrumentista toque em pé. Com suas origens provenientes da África, a conga chegou a Cuba na época da escravidão e foi popularizado pela mídia americana no início de 1900.
É um dos instrumentos de percussão mais populares em todo o mundo. Embora sejam mais características de ritmos afro-latinos como guaganco, merengue e salsa, as congas são usadas em orquestras e até no rock e pop. Sua popularidade é tal que é o instrumento que melhor representa a imagem da percussão. É, afinal, o instrumento preferido de muitos percussionistas.
O instrumento ecoa um som médio grave. Possui um casco cônico ovalado, quase como um barril e "pele" normalmente bem grossa, feita de um pedaço de lombo de burro (Equus asinus) ou boi (Bos linnaeus).
A pele, ou membrana, tem entre 6" e 12" de diâmetro e "casco" entre 23" e 35" do comprimento. É tocado com as mãos e utilizado em diversos estilos de música popular da América Latina, notadamente na América Central. Marlos Nobre usa 3 instrumentos em ´Mosaicos´(1970). Foi introduzido no jazz pelo trompetista Dizzie Gillespie e o instrumentista é denominado "congueiro". É chamado também de "tumbadora" e conhecido como conga drum [ingl.], conga trommel [alem.]
Alfaia
É um tambor ícone do rítmo brasileiro maracatu. Na terminologia alfaia significa necessidade, roupa, utensílio e enfeite. O instrumento é constituído de corpo, peles (membranas), aro, e cordas para a afinação.
A alfaia se percute com duas baquetas e o tocador se apresenta em pé, na maioria das vezes em procissão.
Esse instrumento veio a ser conhecido ao público do centro-sul do Brasil, relativamente há pouco tempo através de grupos de música pop que introduziram a alfaia em seu instrumental e por percussionistas e pesquisadores que contribuíram ao aparecimento de grupos e oficinas de maracatu.
É classificada como membramofônica, já que o som é obtido através da membrana ou pele e instrumento de altura indeterminada.Além dos diversos tipos de maracatu, a alfaia encontra-se também no côco e na ciranda.
Moringa
É uma garrafa de barro utilizada para armazenar e manter a água fresca. É bastante utilizada em regiões onde não se tem energia elétrica principalmente no norte/nordeste do Brasil.
O instrumento de percussão moringa nada mais é do que a moringa propriamente dita com um orifício feito na lateral.
Dela podemos articular basicamente dois sons: o grave e o agudo. O agudo é articulado por uma batida seca com a palma da mão no orifício lateral, ou seja, percute e tira-se rapidamente a mão do orifício. No caso de deixarmos a mão sobre o orifício após a batida, obteremos o som grave. Esses dois sons estão associados a um som de água, como se tivéssermos bebendo água pelo gargalo, aveludado. Outro recurso é o batuque no corpo do instrumento.
Vista as articulações, podemos concluir que a moringa encontra-se entre os instrumentos aerofônicos, já que o som é obtido através do movimento do ar dentro do corpo e idiofônicos quando percutimos o seu corpo que ressoa produzindo som.
A moringa é utilizada em todo o mundo, muito presente na música popular brasileira, na música pop e na música eletrônica.
Pandeiro
De origem árabe, o pandeiro, inicialmente, consiste de um aro de madeira, com pequenas aberturas - as soalhas - e se tocava de modo simples, com batidas de mão para marcar o tempo, ou como complemento de dança, principalmente a cigana. Tornou-se conhecido também na Europa, sendo popularmente utilizado na Itália e Espanha, e até alcançou as orquestras, na execução da ópera Preciosa, de Weber. No Brasil, quando surgiu o choro, no final do século passado, o pandeiro veio dar o toque final ao ritmo marcante e brejeiro, inicialmente executado ao piano e instrumentos de corda e de sopro.
De início, os pandeiros eram fabricados de forma simples, sem apuro técnico. Hoje, alguns fabricantes se esmeram na sua confecção, utilizando membrana de pele de cabra para se conseguir, no pandeiro, os sons graves do surdo e platinelas de metais nobres para se alcançar um som brilhante e preciso.
Os pandeiros mais utilizados têm diâmetro de 10 polegadas, porém eles existem também com diâmetro de 10.5, 11 e 12 polegadas. Conforme o tamanho do aro, o número de platinelas varia de 5 a 10 pares.
Pandeiristas existem por todos os rincões do Brasil, seja atuando em conjuntos de choro e de samba, em orquestras, e até aqueles que simplesmente carregam seu pandeiro aonde quer que vão, tocando em reuniões musicais. Na história da MPB, têm sido muitos os pandeiristas ilustres, tantos que não daríamos conta de citar todos, sem cometer injustiças
Cuíca
é um instrumento musical membranofone de fricção, espécie de tambor, com uma haste de madeira presa no centro da membrana de couro, pelo lado interno. O som é obtido friccionando a haste com um pedaço de tecido molhado e pressionando a parte externa da cuíca com dedo, produzindo um som de ronco característico. Quanto mais perto do centro da cuíca mais agudo será o som produzido.
A colocação da haste no interior da caixa é que a difere, fundamentalmente, dos tambores de fricção europeus e reforça a hipótese de ter sido introduzida no Brasil pelos negros banto. Seu uso é muito difundido na música popular brasileira. Por volta de 1930, passou a fazer parte das baterias das escolas de samba. Outras denominações para o instrumento: puíta, roncador e tambor-onça.
A cuíca é um instrumento cujas origens são menos conhecidas do que os outros instrumentos afro-brasileiros. Ela foi trazida ao Brasil por escravos africanos Banto, mas ligações podem ser traçadas a outras partes do nordeste africano, assim como à península Ibérica. A cuíca era também chamada de "rugido de leão" ou de "tambor de fricção". Em suas primeiras encarnações era usada por caçadores para atrair leões com os rugidos que o instrumento pode produzir.
Existem muitos tamanhos de cuíca, e embora seja geralmente considerada um instrumento de percussão ela não é percutida. Encaixada na parte de baixo da pele está uma haste de bambu. O polegar, o indicador e o dedo médio seguram a haste no interior do instrumento com um pedaço de pano úmido, e os ritmos são articulados pelo deslizamento deste tecido ao longo do bambu. A outra mão segura a cuíca e com os dedos exerce uma pressão na pele. Quanto mais forte a haste for segurada e mais pressão for aplicada na pele mais altos serão os tons obtidos. Um toque mais leve e menos pressão irão produzir tons mais baixos. A extensão tonal da cuíca pode chegar a duas oitavas. Os tons produzidos tentam imitar a voz na forma de grunhidos, gemidos e guinchos, e podem estabelecer assim um ostinato rítmico.
Depois de integrada no arsenal percussivo brasileiro, a cuíca foi tradicionalmente usada por escolas de samba no carnaval, mas atualmente é também encontrada no jazz contemporâneo e em estilos funk e latinos.





Instrumentos
Bateria
É um conjunto de tambores e pratos destinado à produção musical rítmica. Os tambores são, provavelmente, os instrumentos mais antigos da humanidade, tendo-se vestígios de seu uso durante a Pré-história, mais precisamente no período Neolítico.
Os antigos tambores baseavam-se em pedaços de troncos de árvores ocos, cobertos nas bordas com a pele de algum réptil ou couro de peixe. Estes utensílios estavam presentes em diversas atividades festivas e religiosas das mais antigas civilizações.
No século XX, as baterias (conjuntos de tambores) se tornaram famosas pela sua utilização em bandas militares e orquestras. Nessa época, cada pessoa tocava uma coisa de cada vez: um tocava o bumbo, outro tocava a caixa e uma terceira pessoa tocava os pratos, os blocos de madeira e fazia os efeitos sonoros.
Somente a partir do desenvolvimento do pedal por William F. Ludwig em 1910 é que foi possível atribuir diversas funções a uma só pessoa. Com a invenção dos suportes para as caixas e tambores surgiu a ideia de acoplar tudo em um só instrumento, originando a bateria como conhecemos atualmente ou trap set, como foi denominada na época.
